Wednesday 7 January 2009

Pensar na vida faz mal.

Entre o computador e o meu novo deck de magic, passei as horas antes da tão ansiada meia-noite. Se não me tivessem chamado, nem sequer me tinha levantado para ir ver o fogo-de-artifício.

Não são as datas pré-estipuladas pela sociedade que me trazem felicidade - é, sim, a oportunidade que nos proporcionam de juntar amigos e família. A noite de 31 para 1 foi boa, sem dúvida, nada tendo da monotonia que pouco dias depois já se ocupou novamente de mim. Mas, se eu pudesse escolher a data da minha passagem de ano, este ano teria sem dúvida sido a noite de 30 para 31. Foi perfeito, apesar de gostar que tivessem estado presentes mais algumas pessoas, mas enfim... só cá faz falta quem cá esteve (não é bem assim, mas pronto - conta quem esteve em espirito =p).

Não pensei no ano que passou (muito exaustivamente, pelo menos) nem fiz resoluções, nem pedi desejos, nem apanhei uma moca. xD

E, como uma fugaz chama que se acende para logo depois ser apagada, tudo acabou. Todos se foram embora. Num ápice, toda a angustiante solidão se voltou a abater sobre mim, e eu pude pensar no que fiz, e no que quero fazer.

Olho para trás e vejo um ano de mudança. Um ano que me marcou, uma mudança que me agradou imenso. Uma mudança que me trouxe imensos momentos felizes. No entanto, olho para trás e vejo também que nada de bom fiz. Olho para trás e vi que durante um ano inteiro não posso apontar algo de bom que tenha feito ou trazido a alguém. Muito pelo contrário. Olho para trás e não encontro uma página decente que tenha escrito. Olho para trás e vejo que não me esforcei nem um bocadinho para ter boas notas, enquanto pessoas se esforçam para ter notas que eu tiro sem sequer me dar ao trabalho de fazer os testes até ao fim. Olho para trás e vejo que poderei sem o minimo esforço contribuir para manter médias absurdamente altas e que poderei furtar os sonhos a pessoas que se esforçam durante três longos anos. Olho e vejo que poderei contribuir para essa injustiça. Olho para trás e vejo que nada fiz para poupar o ambiente que todos nós, habitantes da Terra (vegetais e animais), partilhamos.

Pensar na vida faz mal.